Um dia ventoso em Langenargen
- O Peregrino
- 17 de mar.
- 2 min de leitura
A próxima pequena aventura levou Jürgen e Huayna um pouco mais longe de Friedrichshafen — apenas 9,5 quilômetros a leste, até a cidade de Langenargen, à beira do lago. Eles pegaram o ônibus sob um céu cinzento e sombrio. Uma garoa fria e úmida caía em intervalos irregulares, trazida por um vento cortante e gelado que fazia até a curta espera no ponto de ônibus parecer longa.

Langenargen os recebeu da mesma forma: nuvens carregadas, uma brisa inquieta agitando casacos e cachecóis, o ar impregnado do aroma úmido de pedra e terra encharcadas pela chuva. Mesmo assim, caminharam lentamente pelas pequenas ruas do centro, onde vitrines alegres se esforçavam ao máximo para oferecer alguma luz contra o céu sombrio.
Jürgen conduziu Huayna em direção ao Castelo de Monfort, um edifício imponente que se ergue imponentemente à beira do lago. Havia uma história pessoal escondida naquelas paredes — muitos anos antes, um amigo de infância de Jürgen alugou o castelo e o transformou em um restaurante animado e querido. A lembrança carregava uma mistura de orgulho e tristeza silenciosa; seu amigo havia falecido há muito tempo, mas o espírito daqueles dias de juventude parecia perdurar nas pedras do castelo.

Em frente ao castelo, a vida desenrolava sua própria história. Um casal de noivos, imerso na natureza selvagem do dia, postava-se corajosamente diante de um fotógrafo. A noiva, elegante em seu vestido branco, tremia visivelmente enquanto o vento gelado agitava seu véu freneticamente. Repetidamente, ela tentava domar o tecido esvoaçante, rindo e se esforçando, enquanto o fotógrafo dançava ao redor deles, tentando capturar um momento de quietude. À distância, parecia quase sobrenatural — como se um fantasma pálido e risonho assombrasse os jardins do castelo, recusando-se a ser imobilizado pela câmera ou pelo vento.

E embora a maioria das fotografias desta viagem tenha se perdido — vítimas de um experimento lúdico com um aplicativo em seus celulares —, algumas imagens daquele dia sobreviveram. Nada premiado, nada encenado ou grandioso. Apenas fragmentos da vida real: a alegria teimosa de um dia de casamento na chuva, a silhueta altiva de um antigo castelo contra um céu carregado e as pequenas vitórias da memória que se recusa a ser apagada.
Uma boa fotografia também permaneceu, cuidadosamente guardada por Jürgen — um lembrete silencioso e simples de que, às vezes, apenas um momento capturado é suficiente.

Publicado: 05/05/2025
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